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Em comentário no programa Primeira Mão, Haroldo Azi pede criatividade aos dirigentes do Atlético de Alagoinhas para incentivar ida de torcedores ao estádio
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Publicado em 10/01/2020

A boa notícia do esporte local não é o Atlético de Alagoinhas, dessa vez, mas ouvir Haroldo Azi comentando sobre o time. O âncora do programa Primeira Mão, com toda a sua experiência e poder de síntese alertou para a iminência do fim dos campeonatos estaduais, como ocorreu na Europa e deu um conselho que serve tanto para o Carcará como para todo o futebol do interior: “na palavra crise, existe o verbo crie”. Ele toca no ponto chave com essa reflexão, levar o torcedor ao estádio. A torcida quer ver um bom espetáculo, algo que interesse e não equipes fracas jogando contra o sub-23 de Bahia e Vitória.

O Atlético foi terceiro lugar no campeonato do ano passado, mas ninguém sabe se porque tinha um bom time ou porque o nível geral era baixo demais. Caio Pimenta disse que o time atual decepcionou(frustrou) em sua apresentação à torcida, mostra que as coisas não andam bem, mesmo após uma campanha aparentemente satisfatória. O Atlético e a Catuense já produziram grandes times e lançaram craques para o Brasil como Dendê e Bobô. O Atlético vice-campeão de 73, certamente estaria hoje disputando a série A do campeonato nacional. Se passaram 46 anos, ladeira abaixo. Sobre a cultura é bom nem falar, “Que Cidade é Essa?”.

Vencer a mesmice é o grande desafio, completa Haroldo, pois ninguém quer ver 22 jogadores correndo atrás de uma bola por mais apaixonado que seja por sua equipe. A criatividade pode ser canalizada inclusive para o próprio uso dos estádios, que podem ser palco de vários eventos e o espaço para abrigar novas formas de convivência. Haroldo Azi lembra que só se faz futebol com dinheiro. Há 40 anos, pelo menos, que se vem discutindo os problemas do esporte e da cultura em nosso município, foram diagnosticados os problemas e estabelecidas as estratégias, mas nada foi feito, mesmo com a melhoria da arrecadação municipal nos últimos 20 anos.

 

Os recursos cresceram e as atividades culturais e esportivas sumiram, minguaram. Nem o PT, que era a panaceia para todos os males, fez algo de significativo, a mesmice prevaleceu. O estádio foi reformado duas vezes em dez anos, mas as verbas para torná-lo um centro multiuso não chegaram, nem sequer foram demandadas. O investimento na base também não aconteceu. Os empresários continuam com receio de investir em clubes que não se transformaram em empresas como se pretendia. De modo geral a cartolagem matou o futebol brasileiro. Todos esperam a extinção dos campeonatos estaduais e a criação da série E do brasileirão e de mais subcategorias da Copa do Nordeste, por exemplo. “Alguém tem que ceder” é um nome de um belo filme de Jack Nicholson com Diane Keaton, está na hora de adotar o título como lema. Um aviso aos navegantes, nem só de asfalto vive uma cidade.

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