O Estado mais petista do Brasil fará sua Reforma da Previdência, liderada pelo governador petista Rui Costa. Coerência nunca foi o forte do partido, mas agora a sigla vai passar por sua prova de fogo, pois estará durante meses no papel de vitrine, quando na reforma de Jair Bolsonaro foi pedra. Vão espernear para inglês ver e depois votar favorável à reforma ou vão contra o governo como fizeram com Bolsonaro e quebrar o estado? O deputado do PC do B, Daniel Almeida, já começou esperneando. Se posicionou contra a convocação extraordinária, que vai custar R$ 3,2 milhões ao cofres públicos, e contra a falta de diálogo com a base por parte de Rui Costa. Sindicatos já se movimentam para ficar contra. Bolsonaro colocou o povo nas ruas para lutar a favor da reforma da Previdência Federal, e o PT teria o mesmo respaldo junto a seu eleitorado? O PT tem reduto na Bahia para fazer isso, resta saber se vai pagar o preço.
A reforma da Previdência Estadual, pode gerar, segundo o governo, uma economia da R$800 milhões ano, quase 1/10 da reforma federal, sinal de que o peso sobre o contribuinte será grande. Segundo Caio Pimenta, comentarista do programa Primeira Mão, o PT entra nessa discussão com o ônus de ter quebrado o próprio Funprev, fundo previdenciário do servidor do estado, e o Planserv, plano de saúde dos servidores. Rui Costa desmontou o plano de saúde dos servidores e foi se tratar no Sírio Libanês, ironizou Caio, indicando que essa novela será um show de contorcionismo ideológico, como já se tornou comum para os esquerdistas. Daniel Almeida disse que ainda é cedo para dizer se os ditos comunistas vão votar contra ou a favor do projeto, pois o governo terá que dialogar com seus aliados, bem mais que com seus adversários.
O PC do B tem dois pré-candidatos a prefeito, Olívia Santana, Salvador, e Fabrício Falcão, Vitória da Conquista. Votar a favor da reforma de Rui Costa poderá prejudicar futuras candidaturas destes. A convocação extraordinária de deputados foi contestada judicialmente. Por decisão liminar a tramitação da PEC está suspensa. O deputado Alex Lima do PSB, vinculado aos vereadores alagoinhenses Anderson Baqueiro e Jorge da Farinha, se posicionou contra a suspenção, portanto a favor da apreciação em regime de urgência do projeto que vai render a cada deputado R$25 mil, uma espécie de hora extra. Isso custará cerca de R$3,2 milhões aos cofres estaduais. Um exemplo ruim, vindo de alguém que é considerado por seus aliados como representante de Alagoinhas na Assembleia Legislativa.
A reforma da previdência baiana deve penalizar sobretudo os servidores públicos, segundo o deputado Hilton Coelho(PSOL), que não esquece sua origem no funcionalismo.
Por Paulo Dias para o site da radio 2 de Julho